Bodas de Esmeraldas, Dr. Paulo Ferrara.

Há aproximadamente 40 anos buscamos entender e oferecer opções de tratamento para o paciente portador de ceratocone.

No começo da década de 80, com poucos recursos tecnológicos, buscávamos entender as possibilidades da adaptação de lentes de contato rígidas para os pacientes portadores de ceratocone, tema da tese de doutorado defendida em 1981.

O surgimento do Anel de Ferrara™

Em 1987 sugerimos a utilização de segmentos de anéis intra corneanos (ICRS), em PMMA (acrílico), para a correção ortopédica da curvatura corneana, marcada pelo depósito da Patente PI 8705060.

Após diversos estudos em olhos de coelho chegamos ao formato, diâmetro e espessuras ideais. Em seguida, partimos para os primeiros implantes em pacientes que aguardavam pelo transplante de córnea. Com os resultados positivos focamos nossos esforços na técnica cirúrgica.

A técnica cirúrgica para o Implante de Anel de Ferrara™

Pesquisa de estabilidade do Implante de Anel de Ferrara em Coelhos

Em 1994 desenvolvemos a técnica de tunelização quando os anéis se transformaram em segmentos, com o mesmo diâmetro e arcos de 160º, que implantados simetricamente, corrigiam a miopia e astigmatismo. A partir de então o posicionamento dos segmentos, cumprimento dos arcos e espessura passaram a ser o foco de nossas observações.

Em 1996, com o advento do Excimer Laser para a correção de ametropias, o foco dos segmento de Anel de Ferrara™ se voltou, exclusivamente, para a reabilitação visual do paciente portador de ceratocone que, até então, dispunha apenas da adaptação de lentes corretivas ou o transplante de córnea para a reabilitação da visão.

A partir de então os Cursos de Atualização em Implante de Anel de Ferrara™ para médicos oftalmologistas se tornaram uma constante. Os inúmeros casos observados possibilitaram um análise estatística mais detalha dos efeitos dos segmentos e a evolução do planejamento cirúrgico se tornou nossa obsessão.

Em 2002 o Anel de Ferrara™ e a técnica cirúrgica já eram reconhecidos internacionalmente.

Em 2006, aprimoramos o material do Anel de Ferrara™, com o filtro amarelo, complementar à cor azul, predominantemente noturna, trazendo ainda mais conforto aos paciente portadores de ceratocone.

Os avanços tecnológicos e a consagração da técnica.

Posteriormente foi a vez da tecnologia trazer aprimoramentos à técnica. Com acesso ao tomógrafo de córnea e ao Laser de Femtosegundo conseguimos observar com precisão os parâmetros de asfericidade, ceratometria e astigmatismo corneano (Q, K, Cyl) e determinar a posição e profundidade exatas do “túnel” que receberia os segmentos de Anel de Ferrara™ bem com acompanhar de perto os efeitos dos segmentos no pós operatório.

Toda e estrutura da córnea, anterior e posterior, podem ser analisadas e, os efeitos de correção da curvatura apresentados pelo implante dos segmentos de Anel de Ferrara, observados nitidamente, permitindo ainda ajustes ao planejamento original, buscando resultados ainda melhores.

Outra possibilidade apresentada pelo Laser de Femtosegundo é o maior acesso aos médicos, precisão do planejamento pré operatório, e a possibilidade de implantes de arcos longos, de 320º, que revolucionaram, nos últimos anos, o tratamento de pacientes com casos avançado de ceratocone.

As últimas novidades e expectativas para o Futuro.

Muitos pacientes, com baixíssima acuidade visual, que aguardavam pelo transplante de cornea, se vêem beneficiados pela grande correção de ceratometria observado no implante dos segmentos de 320º, recuperam a acuidade visual e, com o auxílio de lentes corretivas, conseguem reestabelecer suas atividades cotidianas e qualidade de vida!

Além disto o Implante de lentículo para córneas finas, o uso da riboflavina oral e a utilização de arcos de grande diâmetro vêm sendo estudadas, e prometem melhorias a curto prazo para a qualidade de vida dos pacientes alto míopes e portadores de Ceratocone.

Apesar de 40 anos de experiência no tratamento do paciente portador de ceratocone ainda buscamos as causa e formas para minimizar a agressividade da doença. Acompanhamos as evoluções da ciência e tecnologia, temos certeza que muitas novidades ainda estão por vir e trarão procedimentos, ainda melhores,  que garantam a qualidade de vida do paciente portador de ceratocone e a realização dos médicos que buscam, incansavelmente, o melhor para cada paciente.